Educação especial
INTRODUÇÃO
No módulo sobre o Atendimento Educacional Especializado vimos que a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) prevê que alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação são o público-alvo da Educação Especial. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são descritos como sujeitos que apresentam ―um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras‖ (Brasil, 2008, p.2). Neste módulo estudaremos os Transtornos Globais do Desenvolvimento, propondo ao professor um olhar para além do diagnóstico a que são submetidos esses alunos. UNIDADE A – Alguns desdobramentos sobre a história dos Transtornos Globais do Desenvolvimento e a perspectiva educacional
O primeiro relato sobre o tratamento dos transtornos do desenvolvimento realizado com crianças data do ano de 1800, oferecido por Jean-Marc Gaspard Itard, médico francês, pesquisador de temas sobre a gagueira, a educação oral e a audição. Itard dedicou-se ao tratamento de Victor, uma criança entre doze e quinze anos, encontrada em um bosque da França (Aveyron) e diagnosticada por ele como idiota. A idiotia era a grande categoria da época que abarcava todo o tipo de deficiência mental. Hoje, talvez Victor fosse diagnosticado como psicótico.
Especialista na educação de surdos Itard resolveu tratar de Victor, aplicando-lhe o método de tratamento moral, uma vez que esse método incidia sobre as faculdades mentais. Basicamente o tratamento de Itard consistia em educar Victor para o convívio social, humanizando-o. Philippe Pinel, também renomado médico da época, ao examinar Victor, sugeriu que o garoto fosse internado em um manicômio, pois se tratava de um caso de idiotia. Itard não aceitou o prognóstico