Educação em foco
Na Antigüidade, a educação assumia, para os povos primitivos, um caráter "estacionário e imitativo"(3), em que a transmissão da herança cultural se realizava pelos xamãs, curandeiros ou feiticeiros, considerados os "educadores". Ao mesmo tempo, esses "professores" auxiliavam o aprendiz na interpretação da vida.
A transição da sociedade tribal primitiva para os estágios da civilização ocorreu com a formação de uma linguagem escrita, a partir da qual se estabeleceu o ensino formal ministrado pelo sacerdócio, que constituía uma classe especial de professores.
Na civilização grega, o nascimento das Polis, espaços onde se debatem os problemas de interesse comum, deu aos gregos "um grau de consciência de si mesmos, que não ocorrera antes em lugar algum"(4), e forma uma concepção de cultura e do lugar do indivíduo na sociedade, oportunizando o desenvolvimento individual do aprendiz. O ensino era ministrado pelos tutores, escolhidos pelos critérios da estima mútua, afetividade e amizade. Os tutores eram responsáveis pela educação sobre honra, justiça, patriotismo, espírito de sacrifício, autodomínio e honestidade(5).
A educação romana contribuiu com uma postura pragmática, orientada pelo critério da utilidade e da eficácia. Preocupada com a formação do caráter moral, a educação era de responsabilidade da família e, secundariamente, da escola, que funcionava em casas particulares, ruas, praças ou edificações públicas, com um ensino considerado lúdico quando comparado à educação recebida no lar.
Manacorda(6), ao discorrer sobre as origens do educador romano, diz que "provavelmente a evolução histórica foi do escravo pedagogo e mestre na própria família ao escravo mestre das crianças de várias familie [preceptor/tutor], ao escravo libertus que ensina na sua própria escola"(6:78). [grifos no original]. Geralmente, esses mestres provinham da Grécia, transmitindo sua cultura aos romanos de forma servil.