Educação de corpo inteiro
Bettina Ried
Práticas corporais entre os povos autóctones
Introdução
Os povos autóctones são sociedades “primitivas”, que vivem em seu ambiente original, sem muito contato ou influência de ou sobre outras sociedades. São exemplos, entre outros, os povos indígenas, os povos africanos e indianos anteriores à colonização européia. Caracterizam-se por terem desenvolvido uma cultura própria, pouco influenciada por culturas alheias.
A título de exemplo serão descritas, nesse trabalho, as práticas corporais dos indígenas brasileiros e das comunidades humanas pré-históricas.
Localização no tempo e no espaço
Os hominídeos surgiram na terra por volta de 2,5 milhões de anos atrás na região do Iêmen, e ainda hoje encontramos comunidades em diversas partes do mundo que, comparados com a evolução da civilização ocidental, encontram-se no estágio evolutivo da idade da pedra (300.000 anos a 8.000 anos AC), como por exemplo algumas comunidades indígenas brasileiras, aborígines australianos e comunidades em Papua-Nove Guiné (WIEMANN, 1972).
A Organização das Nações Unidas, atualmente, considera povos indígenas aqueles que tem mantido características sociais, culturais, econômicas e políticas que as distinguem daquelas das sociedades dominantes nas quais eles vivem (ONU, s/d).
Práticas motivadas pela sobrevivência
Como a grande maioria dos povos autóctones não dispõe de outros meios de subsistência a não ser caça, pesca e agricultura rudimentar, são praticadas diversas práticas corporais para garantir o sustento. Assim, a corrida, os arremessos, o uso de armas de caça e de defesa (arco e flecha, lanças, laços, etc), escalar rochas e subir em árvores, nadar, remar entre outras são práticas corporais do dia-a-dia sem as quais a sobrevivência tanto do indivíduo como também do grupo não seria possível. Por outro lado, a prática dessas atividades, exceção feita ao uso de ferramentas, podem ser