Educação como Exercício do Poder: crítica ao senso comum em educação
Vitor Henrique Paro
Editora Cortez, São Paulo, 2010, 103 p.
Editado pela Cortez, em sua segunda edição, Educação como Exercício de Poder: crítica ao senso comum, é uma obra elaborada por Vitor Henrique Paro, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do “Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração Escolar” (Gepae), além de autor de outras obras direcionadas à reflexão sobre o tema da educação.
O livro discute os diversos sentidos pelos quais se pode conceber a definição de “poder” na execução da docência, ressaltando a distinção entre autoridade e autoritarismo, especialmente no que tange a relação professor-aluno. O autor comenta sobre as relações de poder no sentido de autonomia do educando, evidenciando a diferença entre a persuasão e a manipulação, e o grande foco de seu livro é o de propor uma nova visão referente ao processo de educação, criticando abertamente o senso comum e dando uma nova noção sobre a palavra “educar” e suas significações.
O autor parte do pressuposto de que Educação é a apropriação da cultura inteira e nesse aspecto ele entende que a escola deve realizar outras atividades além das propostas em seus currículos, que seria a inclusão de valores, ciência, arte e toda a definição de cultura, compreendendo-se que esta é tudo aquilo que é realizado pelo homem ao longo de sua existência.
Ao observarmos a posição de Paro em relação a autonomia do educando, identificamos relações com as ideias de outros teóricos renomados. Paro defende, por exemplo, que o professor deve proporcionar condições para que o aluno tenha vontade de aprender, utilizando o poder da persuasão (que difere-se da manipulação, por correr o risco de “não persuadir”), dando ao educando a chance de ser agente do próprio conhecimento, a fim de instigá-lo a querer aprender, ao invés de, como na educação tradicional, apenas transmitir-lhe