EDUCAR NUM MUNDO INDUSTRIAL
Marx e Engels viam a educação com os mesmos olhos com que viam o capitalismo. Eles identificaram na educação uma das mais importantes formas de perpetuação da exploração de uma classe sobre a outra, utilizada pelo capitalismo para disseminar a ideologia dominante, para inculcar no trabalhador o modo burguês de ver o mundo. Por outro lado, pensando a educação como parte de sua utopia revolucionária, identificaram nela uma arma valiosa a ser empregada em favor da emancipação do ser humano, de sua libertação da exploração e do jugo do capital. Ou seja, para Marx e Engels não existe educação em geral. Conforme o conteúdo, ela pode ser uma educação para a alienação ou uma educação para emancipação:
Em seu livro o Capital (de 1867), ao comentar a legislação trabalhista da época, Marx nota que a Lei inglesa anterior a 1844 permitia a contratação de crianças para trabalhar nas fábricas, com a condição de que os patrões apresentassem uma testado de que os meninos frequentavam a escola. Marx concluiu que o tipo de educação dada às crianças operárias era tão precária, que só poderia servir para perpetuar as relações de opressão às quais essas crianças e seus pais operários estavam sujeitos. O descaso era tanto que qualquer um que tivesse uma casa e alegasse ser ali uma escola poderia fornecer os “atestados de frequência às aulas” de que as fábricas precisavam para livrar-se da fiscalização.
No entanto, a legislação Inglesa de 1844 mudou as regras. A partir de então só poderiam ser contratadas pelas fábricas crianças que já tivessem pelo menos o primário, e que já tivessem aprendido as primeiras letras e números. Marx acreditava que todas as crianças deveriam combinar, em sua formação como pessoa, a educação formal escolar e o trabalho manual nas fábricas. Lembrando que Marx era a favor dos avanços do capitalismo; sua crítica ao capitalismo era contra a apropriação privada do lucro, e não contra a existência da civilização industrial. Pelo