educao
Ao receber a missão de associar os temas corporeidade e lazer, confesso que fiquei preocupado, pois, historicamente, não tenho produzido textos na área de lazer, área essa que conta com profissionais bem competentes em análises acadêmicas.
No entanto, aceitei o desafio no sentido de tentar escrever sobre lazer a partir do corpo que vivencia esse momento de não trabalho, sendo, dessa forma, o lazer um elemento constitutivo da corporeidade. Se, ao longo das civilizações, a relação corpo e trabalho parece “natural” , não necessitando de teses comprobatórias, isso também deve ser válido para a relação corpo e lazer; daí considerarmos lazer e trabalho como constitutivos da corporeidade existencial e não como uma dualidade oposta.
Estruturalmente, o escrito está composto dos seguintes itens: o primeiro, no qual tentarei apresentar as diferenças de valor entre os conceitos de corpo e corporeidade; o segundo, em que mostrarei que o lazer é fundamental para a motricidade do ser humano, mesmo isso tendo sido negado ao longo do tempo; finalmente, no terceiro, relatarei episódios desse corpo vivido que comprovam a necessidade do lazer.
Como pode ser apreendido, o que proponho é uma tentativa de ver a relação corporeidade e lazer sob um outro olhar, ou mais precisamente. Do corpo à corporeidade
Escrevi, certa vez, que analisar o fenômeno corporeidade é adentrar aos símbolos e signos que estão tatuados no corpo ao longo do tempo. O ser humano, por produzir cultura e história, ao mesmo tempo em que é modificado por essa cultura e essa história que produz, recebe marcas que estão presentes em seu modo de ser e de se relacionar com os outros e com o mundo.
PONTO DE VISTA
Enfocar então a possibilidade da transição do conceito de corpo, presente ao longo da história ocidental, para o conceito de corporeidade, dentro da área da Educação e da
Educação Física em que milito, é condição