Educacao A Pedagogia De Jesus
Em depoimento publicado na revista Nova Escola (n°. 4, junho 86), o professor Chico Alencar aconselha os colegas a "usarem e abusarem da criatividade para dar boas aulas" e a trabalharem com textos literários, música popular, história em quadrinhos, dramatizações e jogos. Chama a atenção também para o papel do professor que, "antes de ser a pessoa que transmite verdades, deve reivindicar para si o papel de guardião da dúvida. Duvidando e questionando chega-se ao conhecimento".
Percebe-se aqui a preocupação do professor em ser um verdadeiro educador, permitindo que seus alunos conheçam a realidade em que vivem, sob vários ângulos, e dando-lhes condições de questionar e assumir posições resultantes dessa abordagem crítica da própria vida.
E o educador da fé, como se coloca diante de tudo isso?
Para muitos, questionar, duvidar, criticar não estaria de acordo com o papel de quem está no campo da Educação Religiosa, pois ele seria uma espécie de transmissor de uma verdade inquestionável, imutável, que passamos de geração para geração. Os pontos básicos da doutrina precisam ser ensinados e vivenciados e, quando se fala em analisar e criticar a realidade, teme-se que a abordagem dessa realidade possa causar interferências e desvios na parte doutrinária.
No entanto, todo educador, para ser fiel à sua missão, deve estar inserido no contexto da comunidade educativa, participante e aberto às transformações, conquistas e caminhadas dessa comunidade. E ser também (por que não?) uma espécie de "aprendiz". Cabe aqui lembrar o nosso papel de "sal da terra" e "fermento na massa". Como agir na massa sem se tornar parte dela?
Onde estaria a pista para um trabalho coerente com a nossa proposta de educação na fé, de uma forma libertadora? Por que não buscar inspiração no melhor educador da fé que já existiu? Ele foi chamado Mestre e sua ação educativa se mostrou verdadeiramente libertadora.
A pedagogia de Jesus teria algo a dizer ao educador de hoje?
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