Educacao financeira

1935 palavras 8 páginas
Desde que surgiu o dinheiro, surgiu a necessidade de se pensar sobre ele. Não por acaso, é possível encontrar até mesmo lá atrás, na Grécia antiga, conselhos sobre o melhor uso das finanças. Ainda que sem essa denominação, levasse Aristóteles a discorrer sobre a necessidade de se ter uma poupança; o sofrimento de que o avarento é vítima e algoz, ou sobre como é de mau gosto a ostentação. Veja o que ele escreveu sobre esse último aspecto não é impressionantemente atual:
A pessoa que tende para o excesso e é vulgar excede-se, como já dissemos, por gastar além do que seria razoável. Agindo assim, ela gasta demais e demonstra um exibicionismo de mau gosto em ocasiões pouco importantes [...]. E tudo isso ela faz não por motivo nobilitante, mas para exibir sua riqueza, e por pensar que é admirada em consequência dessa maneira de agir; ademais, onde deve gastar muito ela gasta pouco, e onde deve gastar pouco gasta muito.
Se saber ganhar, gastar e poupar já era difícil naquela época, o assunto não ficou mais fácil com o passar do tempo. Ao contrario, tornou-se cada vez mais complicado, até embaraçar, de vez, na segunda metade do Século XIX, nos Estados Unidos. A explicação para isso tem a ver com o fato de que a construção das ferrovias rumo ao Oeste americano sustentou e concentrou muito dinheiro e poder nas mãos de uma fatia mínima da população. Encantados com as possibilidades de consumo que suas recentes fortunas de bilhões permitiam, esses novo-ricos provocavam alarde e atraíam olhares reverentes e ambiciosos para seu espalhafatoso estilo de vida.
Para entender os desdobramento dessa época, é preciso considerar que até esse momento da história o que preponderava nas relações sociais era uma espécie de “ética da produção”. De acordo com esse padrão de reconhecimento social, as pessoas se distinguiam uma das outras, sobretudo pela maneira como estavam inseridas no modo de produção: saber que você era sapateiro me faria supor – com considerável grau de acerto – uma

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