Educa o em Roma
A Tradição Latina
O florescimento da Civilização Romana não está isento do contágio pelo Helenísmo. De acordo com as palavras de Horácio: “A Grécia conquistada conquistou por sua vez seu selvagem vencedor e trouxe a civilização ao rude Lácio”. Porém, o fosso abissal que separava o "rude Lácio" do elevado nível cultural atingido pelos Gregos foi rapidamente ultrapassado, como consequência da enorme facilidade dos latinos para adaptarem e assimilarem os costumes das outras civilizações, em particular da Civilização Helénica e Helenística.
Constata-se no entanto ter existido alguma resistência à invasão pelo Helenismo. Os pequenos camponeses do Lácio, por exemplo, protegem-se contra as inovações estrangeiras pelo respeito de uma tradição ancestral – o mos maiorum. De acordo com esta tradição, o fim da educação é prático e social. Espera-se que a educação proporcione à criança o saber necessário para o exercício da sua profissão de soldado ou de proprietário rural, que inculque a ética que subordina o indivíduo a um ideal superior – Roma e a Res Publica. O objectivo é formar o cidadão – o civis romanus.
No século II a.c., o pater familias concede à mãe, a matrona romana, os direitos sobre a educação de seus filhos durante a primeira infância, gozando aquela de uma autoridade desconhecida na Civilização Grega. Mas, por volta dos 7 anos de idade, a educação da criança passa a estar a cargo de seu pai ou, na ausência deste, de um tio. Caberá ao pai a responsabilidade de proporcionar ao filho a educação moral e cívica. Esta passa pela aprendizagem mnemónica de prescrições jurídicas concisas e de conceitos, constantes nas Leis das XII Tábuas, símbolo da tradição Romana.
O texto - base da educação romana, como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos pudessem vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os costumes, a disciplina dos pais) e