educa o do campo
v.3, n.2, p. 386 - 398, Maio - Jul. 2012
EDUCAÇÃO DO CAMPO: um novo paradigma
Juliano Batista dos Santos*
Thiago Barros Miguel**
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo abordar querelas relacionadas às políticas públicas voltadas ao campo, em específico à educação do campo, tanto na formação quanto na escolha do educador, bem como em sua eficácia na relação com os discentes das áreas rurais.
Durante a discussão é abordado a ideia de que não basta simplesmente a existência da lei como garantia de direitos aos sujeitos de direitos, é necessário que a mesma seja eficiente.
Para tanto é definido um novo paradigma, que é o próprio conceito de Educação do Campo em contraposição a Educação Rural; a diferença é que naquele existe uma identidade dos envolvidos no processo pedagógico, no último não. Assim, para que a teoria da identidade possa se concretizar na prática, tornando a Educação do Campo um investimento público seguro e eficaz, é preciso atribuir o benefício dessa educação aos significantes dos signos do campo. Quem seriam essas pessoas? Eis aqui o ponto chave do artigo.
Palavras-chave: Educação do Campo. Movimentos sociais. Identidade. Paradigmas e campesino. 1 INTRODUÇÃO
O direito, não somente à educação, mas a toda forma de caminho que guia o homem a plena cidadania, seja no campo ou na cidade, exige, sempre que o mesmo não é cumprido
*
Especialista em Educação do Campo pelo IFMT. Bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor de Sociologia do IFMT, campus Cuiabá – MT.
**
Especialista em Educação do Campo pelo IFMT. Bacharel e licenciado em Biologia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor de Biologia do IFMT, campus Confresa – MT.
pelo Estado burguês, a organizações de movimentos sociais que venham não apenas a exigir, mas a consolidar o que é ou o que são direitos dos sujeitos (TELLES, 2006), como é o caso do Movimento dos Sem Terra (MST) que há décadas vem promovendo a