Eduardo Afonso Reidy
Filho de pai inglês e mãe brasileira, cedo passa a viver no Rio de Janeiro e aos 17 anos começa a estudar na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde se forma arquiteto em 1930. Ainda durante seus estudos Reidy estagiou com o urbanista Alfredo Agache, francês responsável pelo novo plano diretor da cidade do Rio de Janeiro 1 . Ainda no ano de sua formação é apontado por Lucio Costa assistente de Gregori Warchavchik (a primeira personalidade a contrapor o desenvolvimento da vertente neocolonial no Brasil) na Escola Nacional de Belas Artes. Em pouco tempo Reidy assumiria o cargo de professor ocupado por Warchavchik nas cadeiras de desenho e planejamento urbano2 , contribuindo para a formação de uma geração de arquitetos que ficaria conhecida como "escola carioca".
Esteve grande parte da vida ligado ao serviço público, notadamente no Departamento de Urbanismo da prefeitura onde empreende alguns projetos importantes, como a urbanização do centro carioca. Seu projeto de 1948, não realizado, previa a urbanização da área liberada pelo desmonte do Morro do Santo Antônio com edifícios administrativos, residenciais e até um museu a ser projetado por Le Cobusier 6 . Participa do projeto do Aterro do Flamengo, junto com o paisagista Burle Marx. Além de prover a cidade com vias de ligação entre a zonas sul e norte, cria um amplo parque na orla do Flamengo. Em 1947 participa do concurso para a elaboração do Centro de Técnologia Aeronáutica, eventualmente vencido por Oscar Niemeyer. Nesse período casa-se com Carmen Portinho, a terceira mulher a se formar em um curso de engenharia no país e constante contribuidora em seus projetos.
Também é responsável pelos projetos do "Conjunto Habitacional da Gávea", projeto mutilado pela construção do Túnel Zuzu Angel, e do "Conjunto Habitacional Pedregulho", considerado arrojado pela sua concepção espacial e pela prioridade dada aos equipamentos de lazer e convivência.