Edith stein: uma mulher diferente
Pe Paolo Cugini
Passei três dias escutando palestras e debates sobre uma mulher. O dato interessante e que em momento nenhum se falou de atributos sexuais o de apreciamentos ligados ao corpo, a aparência. Já este é um dato que chama atenção. Num contexto social aonde o discurso sobre a mulher é sempre ligado ao sexo, ao prazer sexual, a aparência estética, passar três dias conversando sobre uma mulher falando da sua fé e da sua inteligência revela algo de extremamente importante, ou seja, o quanto a nossa cultura é machista e o quanto a mulher é menosprezada, desvalorizada. Nas conversas do dia a dia parece que uma mulher vale somente por aquilo que pode oferecer com o seu corpo, com as suas prestações sexuais. Na realidade somos tão acostumados a utilizar as nossas medidas machistas que não conseguimos enxergar além dos dados imediatos. Por isso vale a pena encontrar nos nossos caminhos pessoas como Edith Stein, porque nos ajudam a levantar a cabeça, a olhar a mulher por aquilo que ela é, na sua totalidade, no seu valor de pessoa.
Aquilo que chama atenção em Edith Stein (1891-1942) é a sua sede da verdade, que ela busca incessantemente, sobretudo através do estudo. Edith foi uma jovem muito inteligente e desde cedo se apaixonou pelo estudo, sobretudo pelo estudo da filosofia. De origem hebraica, como muitos jovens, na adolescência se afastou de Deus dedicando-se completamente aos estudos da filosofia, que ao longo dos anos a ajudou a se reencontrar com Deus. Este é um aspecto que vale a pena frisar da vida de Edith Stein, ou seja, a ligação entre a fé e a razão. Em um contexto religioso como é o nosso, aonde muitas vezes a religião se confunde com o irracional, o sentimental, entender a razão e o raciocínio como caminho para chegar a Deus pode ser absurdo. Na realidade encontramos traços deste caminho no mesmo Evangelho, na atitude de Jesus que argumentava as suas ideias, na sua maneira de rezar como dialogo com Deus, no