ED
No cenário urbano atual, em fase de transformações constantes, associados às mudanças nos processos econômicos e tecnológicos, bem como aos modos de viver e habitar as cidades, percebe-se o interesse de arquitetos e urbanistas por alternativas de melhoria da qualidade de vida nas cidades. Morar, trabalhar, comprar e divertir-se são atividades dinâmicas cada vez mais entrelaçadas. Os edifícios multifuncionais, também chamados de híbridos, são aqueles que conjugam diferentes usos no mesmo projeto, independentes entre si, cada um com sua própria gestão. Os edifícios híbridos são como cidades verticais, onde o objetivo é criar intensidade e vitalidade para as cidades, atrair as pessoas, e favorecer a mistura e a indeterminação.
No entanto, além de abrigar as funções internas, os edifícios multifuncionais podem influenciar ou ser influenciados por dinâmica urbana, de acordo com a sua configuração de permeabilidade espacial, ou seja, a relação entre o espaço público na escala do pedestre (praças, ruas, calçadas) e o espaço semipublico, caracterizado, em muitos casos, pela presença do comercio no térreo desses edifícios. Neste sentido, edifícios multifuncionais que contemplam a permeabilidade entre espaço público-privado, são considerados por muitos estudiosos, como a semente da regeneração urbana das cidades.
Atualmente, as cidades, em seu comportamento social e econômico, produzem cada vez mais edifícios que se fecham e negam seu entorno, contribuindo para o declínio da vitalidade nos espaços urbanos. A causa principal está na predominância de edificações destinadas ao serviço em detrimento de outros usos, como o lazer, que acabam por determinar horários e dias específicos. A concepção de um edifico com conceitos de multifuncionalidade e permeabilidade espacial ressaltam muitos aspectos, tais como a circulação de pessoas em diversos horários do dia, segurança, diversidade de atividades, devido a integração de diferentes usos e funções.
2. EDIFICIOS