Economista
Nº 19 - Junho 2014
Persiste a alta desigualdade de renda no Município de São Paulo
Muito se tem noticiado sobre a mudança positiva no
dado que informações detalhadas sobre a distribuição de
quadro de distribuição de renda no País ocorrida na
renda dos residentes de cada município somente são
década passada, fruto não só da retomada do crescimento
obtidas a cada 10 anos, quando da realização dos censos
econômico, mas, sobretudo, das políticas sociais de
demográficos pelo IBGE. Assim, com a divulgação dos
transferência de renda e de valorização do salário mínimo
resultados do último censo, de 2010, abriu-se a
vigente. De fato, a análise da evolução do Coeficiente de
oportunidade de analisar as mudanças no perfil de
1
Gini da Renda Domiciliar per capita , principal instrumento
distribuição para os municípios e verificar quais se
utilizado para esta mensuração, revela um acentuado
ajustaram à tendência apontada acima e quais foram
declínio de seus índices para o País a partir de 2001,
exceções à regra.
indicando melhora na distribuição dos rendimentos.
Dados apresentados no portal “Atlas do Desenvolvimento
O Coeficiente de Gini busca captar numa escala de 0 a 1 o grau de concentração de renda, onde zero significa a perfeita igualdade na distribuição, e 1 a máxima concentração. 2
Humano no Brasil 2013” cobrindo as informações dos municípios brasileiros coletadas nos últimos três censos demográficos revelam que, se entre os anos de 1991 e
2000 observou-se um agravamento na concentração de
No contexto municipal, todavia, não há a possibilidade de
renda, entre 2000 e 2010 houve uma substancial melhora,
um acompanhamento contínuo (anual) deste indicador,
conforme Gráfico 2.
Gráfico 1 - Coeficiente de Gini da Renda Domiciliar per capita. Brasil.
0,65
0,64
0,63
0,62
0,61
0,60
0,59
0,58
0,57
0,56
0,55
0,54
0,53
0,52
0,51
19
76
19
77
19
78
19