Economida do conhecimento
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Uma absoluta vinculação do conhecimento à obtenção de resultados financeiros imediatos vai de encontro a algumas das regras básicas que deveríamos respeitar numa economia do conhecimento
Marcos Cavalcanti
05/09/2005
A transição da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento é um processo carregado de ambigüidades e paradoxos. Os defensores do status quo tendem a identificar os problemas atuais como resultado do abandono das velhas teorias e valores dos “bons tempos”. A solução estaria na retomada destes valores e na aplicação de velhos remédios... Os anunciadores do novo mundo, por outro lado, para convencer o maior número possível de pessoas, tendem a supervalorizar a economia baseada em conhecimento, enxergando nela o elixir milagroso para nossos males.
A aplicação de velhos remédios não pode funcionar num organismo que funciona baseado em novos paradigmas. O processo de criação de riquezas no mundo deixou de estar baseado em fatores como capital, mão de obra e matéria prima! Os modelos econômicos tradicionais demonstram, a cada dia, sua incapacidade para explicar o que está ocorrendo na economia. O mundo está mudando em direção à sociedade do conhecimento.
Mas a nova economia não é uma panacéia que está vindo curar nossos males. Ela, em si, não reduz as desigualdades nem promoverá uma melhor distribuição da riqueza no mundo. Isto vai depender de termos políticas específicas com este fim. O que devemos é nos preparar para jogar este novo jogo, baseado em novas regras.
Mas para isso devemos evitar alguns equívocos. Um deles, em minha opinião, é o risco de promovermos uma mercantilização do conhecimento, ou seja, ao invés de desenvolvermos uma economia baseada no conhecimento nos preocuparmos apenas em desenvolver um conhecimento baseado na economia...
Esta