Economia
O principal aviso de que o custo de vida ia subir chegou a casa dos brasileiros pelos correios: na conta de luz.
“Exorbitante”, diz uma mulher.
No mês passado a energia ficou 22% mais cara. Nos últimos 12 meses o aumento é de 60%. Essa alta deu força para a inflação. E não foi pouco. Mais da metade do resultado de março é consequência das novas tarifas da energia. Aí botando na conta o preço da comida fora de casa, da gasolina, da compra no mercado e da passagem de ônibus entre outras coisas, o índice que mede a inflação oficial do país ficou em 1,32%. Mais do que o registrado em fevereiro e o maior para um mês de março desde 1995.
O Banco Central tem uma meta para manter a inflação sob controle. Juntando os resultados de um período de 12 meses, ela precisa ficar em 4,5%. Há uma tolerância que vai até 6,5 %. Só que de abril de 2014 até março deste ano, o acumulado passa dos 8%. O IBGE pesquisa os preços em 13 regiões metropolitanas. E, na inflação, é como se cada uma também tivesse seu próprio sotaque. Brasília tem a menor taxa do país. Uma das explicações é que faz um ano que as passagens de ônibus não sobem. Nem as roupas.
Já na vizinha Goiânia aconteceu exatamente o contrário. Lá, vestuário e tarifas de ônibus tiveram um dos maiores reajustes do país.
“O dinheiro não está dando porque está aumentando, com certeza”, conta um homem.
Quando viaja ou se muda o brasileiro percebe as diferenças.
“Eu vim pra cá agora, tem um mês que eu estou morando aqui, bem mais caro que São Paulo. Eu acho que alimentação é o que está pesando mais”, comenta uma mulher.
A nova moradora de Porto Alegre tem razão. A alimentação por lá é a segunda mais cara do Brasil. Mesmo com todas as diferenças, nos