Economia
O Brasil tem vivido, nos últimos anos, a feliz combinação de avanços econômicos e progresso social, em uma escala de que não se tem memória em muitas gerações.
Se não foi espetacular na comparação com os competidores usuais China e Índia, o crescimento da economia nos deixou em situação vantajosa no que se refere, por exemplo, ao emprego: ao contrário dos ‘rivais’, crescemos no mesmo ritmo que nossos empregos e apoiados em prodigiosa expansão do mercado interno, por sua vez ineditamente abastecido por políticas sociais em sentido amplo.
Há uma onda de pessimismo no país. A herança da má gestão da economia, cuja mediocridade não se deve à crise internacional, criou o temor de colapso. Fala-se em “sarneyzação”, isto é, a perda de capacidade de articulação política para aprovar medidas indispensáveis. Pede-se o impeachment de Dilma na ilusão de que isso estancaria a crise econômica e restauraria o crescimento.
Não há condições para o impeachment, à falta de prova do envolvimento dela no petrolão e porque a medida exige o apoio de mais de dois terços das duas Casas do Congresso, o que dificilmente existiria. Certo, o impeachment mostraria a força das instituições, pois ocorreria na forma da lei e sem maiores traumas políticos, como no caso de Collor. Mas a paralisia política durante o processo pioraria a economia e o pessimismo.
A indústria sofre, mas continua complexa e diversificada. O agronegócio se tornou um dos nossos mais competitivos segmentos.
O regime de câmbio flutuante, introduzido em 1999, está sendo gradualmente restaurado pela atual equipe econômica. Trata-se da primeira linha de defesa contra pânicos e fuga de capitais. As reservas internacionais atingem quase 400 bilhões de dólares, valor superior ao da dívida externa. O país é credor líquido internacional e goza de acesso irrestrito aos mercados mundiais de capitais.
Naquele passado, as reservas eram de apenas 9 bilhões de dólares, o país estava em moratória acordada com os credores e seu