Economia
Adriana Sbicca Fernandes
1.
Introdução
A dificuldade da teoria tradicional em explicar as diferentes taxas de crescimento das economias levou estudiosos a incorporarem elementos da dinâmica econômica. Na tentativa de entender como os países adquirem competitividade e percorrem períodos de desenvolvimento econômico, a partir da década de 1980 autores como Lundvall, Freeman e
Nelson passaram a tratar dos sistemas de inovação (SI). De acordo com esta abordagem, a inovação é um fenômeno fundamental e inerente à economia e a competitividade das firmas ou economias nacionais reflete sua capacidade em engajar-se em atividades vinculadas à inovação. Esta é compreendida como um processo que envolve diversos atores e instituições, cujas interações geram importantes informações sobre os caminhos específicos de desenvolvimento tomados. A estrutura analítica do SI se difundiu a partir de então, passando inclusive a ser utilizada como base para formulação de políticas públicas.
O presente texto tem início com um breve histórico sobre o surgimento da abordagem dos sistemas de inovação e a apresentação desta estrutura analítica juntamente com uma discussão sobre os principais conceitos relacionados ao tema. Em seguida, trata da utilização do sistema de inovação para análise empírica através de suas dimensões nacional, regional e setorial. Nesta parte são apresentados os sistemas nacionais de inovação (SNI) dos Estados Unidos, Japão e Brasil onde se busca apreender as diferenças em suas taxas de crescimento em diversos períodos da história e indicar fatores que parecem estimular a economia. Por fim, foca os SI como instrumento para políticas públicas. 2.
Origens Teóricas
A expressão “Sistema de Inovação” surgiu nos anos 80 e se difundiu com trabalhos como de Chris Freeman (1987) e Richard Nelson (1987;1988)1. Esta abordagem ganhou maior espaço no início dos anos 90 com a obra de Nelson (1993)