ECONOMIA
A Metodologia e o Escopo da Ciência Econômica
1.1
A Metodologia
1.1.1
Friedman (1953)
Este é o artigo que estabeleceu a metodologia “oficial” da economia.
O primeiro ponto elaborado por Friedman (e que é crucial para a sua análise) é a distinção entre a economia positiva e a normativa. Segundo ele, “positive economics is in principle independent of any particular ethical position or normative analysis”.
Friedman argumenta que o objetivo final da economia é a previsão. Previsão para Friedman significa basicamente o resultado de exercícios de estática comparativa. Por essa definição, a economia não é nada mais do que uma área aplicada da estatística. Mas segundo ele, isso é o que torna a economia algo diferente de uma “matemática disfarçada”: a economia se preocupa com previsões e não com descrições das consequências de determinadas ações.
Friedman raciocina como um estatístico clássico. Segundo ele, não se deve olhar para os dados antes de derivar as conclusões de uma teoria.
Friedman também discute o problema da escolha de hipóteses alternativas. Um ponto evidente mas normalmente esquecido é o fato de que evidências finitas são incapazes de identificar uma entre virtualmente infinitas hipóteses alternativas. [Não há comentário mais comum em seminários (empíricos) de economia do que “o seu modelo não é identificado”, normalmente acompanhado de alguma estória descrevendo alguma outra hipótese alternativa.(comentário de Daniel Ferreira)]
Interessante é que Friedman discute critérios para a escolha de hipóteses alternativas.
Simplicidade e a capacidade de explicar outros fenômenos são os critérios mais importantes para ele. Completeza e consistência também são critérios válidos. Mas o único critério que jamais dever ser utilizado é o realismo das hipóteses (aqui no sentido de assumptions).
Para ele, as teorias devem ser aceitas (não-rejeitadas) na medida em que suas previsões sejam corroboradas por evidências. O realismo subjetivo das