Economia
Um dos fatos mais marcantes referentes ao comportamento do mercado de trabalho brasileiro na década de 1990 foi a substancial redução de empregos industriais. Os dados da pesquisa industrial mensal (PIM), do IBGE, mostram que, enquanto a produção industrial cresceu 1,25% ao ano, em média, entre 1990 e 1999, o emprego industrial caiu 5,8% ao ano, em média, no mesmo período. A redução do emprego industrial foi praticamente monotô;nica desde 1990, atenuada por períodos muito curtos de leve crescimento ou de estabilização. Em dezembro de 1999, o emprego industrial dessazonalizado (pelo método X-11 Arima) era 48,7% inferior ao nível observado em janeiro de 1990.
O elevado grau de importância do tema contrasta com o pequeno número de modelos econométricos estimados recentemente que procuram identificar os fatores por trás da determinação do emprego industrial.
O objetivo deste artigo é preencher esta lacuna empírica, através da estimação do tradicional modelo dinâmico de demanda por trabalho com os dados da PIM entre janeiro de 1985 e agosto de 1999. No caso, estima-se uma equação de ajustamento parcial do emprego industrial, contendo como variáveis explicativas o produto e o custo salarial real médio (incluindo todos os encargos sociais e benefícios).
Como há sinais de que as variáveis analisadas são não-estacionárias, estima-se também uma relação de co-integração entre elas e o modelo de vetor de correção de erros (VECM) correspondente. Os procedimentos para a estimação da matriz de co-integração e do VECM levam em conta as restrições impostas pela equação de Euler do modelo linear quadrático, conforme demonstrado em Dolado et alii (1991).
As principais contribuições do artigo são a atualização das estimações do modelo tradicional de ajustamento parcial, que corretamente levam em conta os aspectos dinâmicos da determinação do emprego, e o uso de técnicas adequadas para lidar com o problema da