Economia
Mudanças no mundo do trabalho e da educação
As relações entre capitalismo, trabalho e educação têm sido objeto de estudo de diversos analistas. Questiona-se se a força produtiva tem se tornado descartável, se os atuais avanços tecnológicos têm fornecido nova qualificação aos trabalhadores; indaga-se se o trabalho diminuiu de importância na vida das pessoas; se o trabalho vem exigindo um perfil de escolaridade mais complexo ou apenas polivalente; e, por fim, se as novas formas de organização do trabalho, baseadas nos avanços tecnológicos têm permitido uma ampliação da base de conhecimentos dos trabalhadores.
Entre as questões mais importantes da atualidade encontra-se a tentativa de caracterização do curso do capitalismo neste início de século. A angústia vivida por grandes contingentes de jovens egressos do Ensino Médio e de trabalhadores, praticamente no mundo todo, vem da constatação da degradação acelerada das condições de vida: “(...) ressurgimento e permanência do desemprego, precariedade das condições de existência, destruição da proteção social, ressurgimento da fome (...)” (CHESNAIS, 1997, p. 7). A expressão “mundialização do capital” ou “globalização da economia” remete, na falta de termo melhor, ao fato de estarmos dentro de um novo contexto de liberdade quase total do capital para desenvolver-se e valorizar-se, deixando de submeter-se aos entraves e limitações que fora obrigado a aceitar nos últimos 40 ou 50 anos. Contudo, não se trata de um capitalismo “renovado”; simplesmente ele reencontrou bases mais adequadas para o revigoramento do mercado, com o surgimento e desaparecimento de muitas ocupações ou postos de trabalho e de formas reestruturadas de extração de lucro. No exame dos quesitos economia e produção, várias pesquisas apontam para mudanças no mundo do trabalho, grosso modo denominadas de “reestruturação produtiva”, ocorridas a partir do incremento de novo patamar tecnológico para a produção: