Economia politica
No início de seu terceiro ano de mandato, a despeito do desempenho frustrante da produção econômica, a presidente Dilma Rousseff mantém seu alto índice de popularidade. A pesquisa do Datafolha publicada hoje reforça o paradoxo entre o débil resultado líquido das contas nacionais, de um lado, e a persistente avaliação positiva da mandatária, do outro.
A aparente contradição se atenua quando consideradas as causas imediatas do fenômeno. Se o ritmo de crescimento do PIB no primeiro biênio do governo Dilma é pior que o registrado nas chamadas décadas perdidas de 1980 e 1990, não é verdade que a economia esteja padecendo de inanição em seu conjunto.
O segmento da atividade que mais concerne ao conforto e ao otimismo dos cidadãos, além de sustentar-se em patamares historicamente elevados, continua a crescer em ritmo satisfatório. Em 2012, a velocidade da alta no consumo das famílias foi o triplo da apurada para o PIB como um todo. O volume de importações aumentou quase 10%.
A taxa de desemprego hoje é a metade da registrada no início de 2005, período comparável do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O salário médio compra 30% mais. O dinheiro emprestado a juros às pessoas físicas, em geral para adquirir bens, mais que duplicou como proporção do PIB.
Medidas da administração Dilma reforçaram o setor pujante da economia. O corte de impostos em alimentos populares e a queda nos juros básicos – que repercutiu, menos intensa, nas taxas ao consumidor – foram sobejamente festejados pelo marketing oficial e contribuíram para manter elevada a aprovação da presidente.
O que tropeça é o lado produtivo da economia. Os investimentos recuaram 4% no ano passado, em relação a 2011. A indústria, mesmo após a recuperação registrada em janeiro de
2013, ainda peleja para igualar o nível de atividade de dois anos atrás.
Quais seriam as causas mais profundas desse andamento bifásico da