Economia paraguai
A Guerra do Paraguai, a mais longa e devastadora da história da América do Sul, resultou no aniquilamento do Paraguai, o mais desenvolvido país de toda a América Latina até o início do confronto. Os combates se realizaram na segunda metade da década de 1860 e envolveram as forças armadas do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai.
Antes do conflito, desde o início da re-ocupação do território conhecido hoje como América do Sul, a área da Bacia do rio da Prata – formada pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai, e banhada por rios consideráveis como o Paraná, o Paraguai e o Uruguai – foi sempre muito disputada. No século XIX, a navegação marítima e fluvial predominava sobre os demais meios de transporte. “Com a implantação da navegação a vapor, a região se tornava cada vez mais importante, intensificando-se o movimento comercial nos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e no estuário do Prata.” (CARMO, 1989, p. 45). Daí a importância da Bacia Platina: dela dependia o comércio da Argentina, do Uruguai, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e, principalmente, do Paraguai e do Mato Grosso, que não dispunham de outro meio para alcançar o oceano. Segundo o historiador Pedro Bastos (1983, p. 154), ela também escoava a prata extraída do Peru e da Bolívia.
2. O Modelo Econômico e Social Paraguaio
O primeiro governante do Paraguai foi Gaspar Rodríguez de Francia (1776-1840). Ele governou de 1814 a 1840. Francia tentou estabelecer a livre navegação no Prata, mas os comerciantes dos portos de Buenos Aires e Montevidéu insistiam em cobrar pesadas taxas. Nesta época, A Argentina se recusava a reconhecer a independência do Paraguai. Os poderosos comerciantes do porto de Buenos Aires - o principal da bacia - desejavam reunificar toda a região platina[1]. Isto posto, restou à república guarani trilhar uma política de desenvolvimento auto-sustentado – ao contrário dos demais países da região – na qual o Estado controlava a economia de tal modo