economia no Brasil
Na perspectiva da economia do conhecimento, o trabalho se insere num mundo comunitário, formado e partilhado intersubjetivamente em redes humanas de cooperação, onde a informação assume uma dimensão expressiva e constitutiva da vida social (Quéré, 1991). Entender essa dimensão simbólica como elemento construtivo da realidade social significa atribuir ao conhecimento uma dimensão instauradora que, inscrita nos processos de criação de valor, ganha uma dimensão própria que participa da reconfiguração dos processos de acumulação capitalista, das formas institucionais de regulação e das relações entre a produção e as forças produtivas.
A economia do conhecimento designa uma transformação estrutural que se estende à totalidade do espaço social, através da importância das externalidades associadas ao saber e seus efeitos sobre a organização e a divisão técnica do trabalho. A captação de ganhos correntes e antecipados que derivam do conhecimento e da inovação se torna meio central para a acumulação do capital. Mesmo os setores de baixa intensidade tecnológica se alinham sobre o modelo de crescimento via inovação.
Para entender a natureza da economia do conhecimento, deve-se, como ponto de partida, admitir que a criação do valor econômico tende a se concentrar na produção de conhecimento por meio do conhecimento, conferindo maior importância ao trabalho intelectual: um trabalho criativo que se forma em redes humanas de cooperação e valorização; um trabalho vivo e complexo que corresponde a um quase capital, ao capital fixo being man himself de Marx, que o capital não consegue dominar apenas através do controle dos meios materiais de produção. Em seguida, é necessário perceber a especificidade da mutação informacional em que a inovação não é apenas uma questão de investimento em bens de capital e criação de novos produtos. Essa especificidade está na prioridade dada ao lugar da inteligência humana no processo de produção e reorganização das relações