Economia monetária
1.1. Os Primórdios da Teoria Monetária
1.2. A Visão dos Clássicos, a Exogeneidade e a Neutralidade da Moeda
1.3. A Revolução Keynesiana e a Näo-neutralidade da Moeda
1.4. O Monetarismo
1.5. A Abordagem de Equilíbrio das Expectativas Racionais
1.6. O Pensamento Monetário Pós-Keynesiano
Anexo I - As Controvérsias Monetárias no Século XIX
Anexo II - A Não-Neutralidade da Moeda em Economias Monetárias de Produção: A Moeda nos Modelos Pós-Keynesianos
1.1. Os Primórdios da Teoria Monetária
Aristóteles ("A Política" e "A Ética")
Segundo Schumpeter, em os “Fundamentos do Pensamento Econômico”, Aristóteles desenvolveu clássicas proposiçöes sobre o papel da moeda, como meio de troca e como padräo de valor. Referindo-se a bens utilizáveis como moeda, diferenciou nitidamente os conceitos de valor de uso e de valor de troca. Ademais, relacionou o conceito de bem econômico à idéia de mensurabilidade monetária do seu valor (relação entre o valor, isto é, a importância econômica de um bem, e a expressão monetária, isto é, o preço deste bem). A importância dos textos de Aristóteles nesse campo foi também destacada por John F. Bell. Segundo este autor, Aristóteles deduziu que “muitas das coisas necessárias à vida não são facilmente transportáveis, razão que levou os homens a empregar em suas transações algo intrinsecamente útil e facilmente aplicável aos propósitos comuns da vida, como o ferro, a prata e coisas similares; esses bens säo um veículo de troca e um repositório de valor, de vez que constituem um padräo universal de mediçäo, sobre o qual há geral concordância”. O caráter fundamental destas idéias é tal que, segundo Bell, foram mais bem entendidas por Aristóteles do que por qualquer outro pensador, durante mais de mil e quinhentos anos após a sua existência.
De fato, da Antigüidade até o Renascimento, o pensamento econômico não registrou progressos dignos de nota, embora as práticas econômicas se tenham