Economia explica tudo
2009 / 06 / 20
A Economia, como ciência comportamental, baseia-se na análise de custo e benefício: as pessoas escolhem A em vez de B porque a relação entre os ganhos e as perdas é melhor em A do que em B. Como “rainha das ciências sociais” (há quem diga ditadora), a Economia e os economistas tratam de aplicar este princípio às mais variadas situações.
Vem isto a propósito das recentes eleições europeias. Muitos acham chocante que a abstenção tenha sido tão alta. Mas para um economista, o que surpreende é que a abstenção tenha sido tão baixa. De facto, a probabilidade que o meu voto tenha algum efeito é baixíssima, pelo que o benefício esperado de ir às urnas é praticamente nulo. O custo, pelo contrário, é positivo (mesmo que não seja muito elevado).
Porquê, então, votar? Para muitas pessoas, a questão nem sequer se coloca: é um dever cívico, é algo que me faz sentir bem, etc. Por outras palavras, não se trata somente de uma questão de ganhos e perdas (pelo menos não da forma “crua” seguida pela análise económica).
Este é um entre muitos exemplos que mostram os limites da abordagem económica aos problemas. O método da Economia, tal como o de cada ciência particular, “funciona” bem dentro do seu âmbito restrito. Até a “rainha das ciências sociais” têm um “reino” limitado.
Ciência Econômica
Toda crise econômica nasce de incertezas e desconfianças sobre o mercado, seja local, regional ou global. Deste mesmo modo, algumas crises são minimizadas pela confiança na condução da economia.
Quando digo isso, refiro-me à maioria das crises, senão a todas elas. Alguns fatores, embora sejam do conhecimento de todo nós, parece que há coisas na vida que se não forem ditas clara e textualmente, dá-nos a impressão de que a ficha não cai. É o que sinto estar ocorrendo atualmente, o que torna motivo de grande preocupação.
É importante salientarmos que economia, assim como a política – intrinsecamente associadas uma à outra – pertence o rol das