Economia brasileira

CAPÍTULO 4: DESARTICULAÇÃO DO SISTEMA
A partir da absorção de Portugal na Espanha, o quadro político-econômico em que se assentou a colonização do Brasil, foi profundamente modificado.
A guerra promovida pela Holanda contra a Espanha repercutiu na colônia portuguesa da América. No início do século XVII quem controlava o comércio europeu pelo mar eram os holandeses. Era praticamente impossível distribuir o açúcar pela Europa sem a contribuição dos comerciantes holandeses.
O motivo da guerra promovida pelos holandeses contra a Espanha é a luta pelo controle do açúcar. E um dos episódios dessa guerra foi a ocupação de grande parte da região produtora de açúcar no Brasil pelos batavos.
Os holandeses, ao permanecerem no Brasil, aprenderam e adquiriram técnicas e organizações operacionais da indústria açucareira. Tais conhecimentos que contribuíram a base para a implementação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe.
Devido o preço do açúcar estar reduzido à metade e persistir nesse nível baixo durante o século seguinte, a etapa de rentabilidade da empresa agrícola-colonial portuguesa foi ultrapassada. E com reduzidas exportações, os preços já não superavam nem a metade daqueles que haviam prevalecido anteriormente. Indicando, assim, que a renda real gerada pela produção açucareira estava reduzida a um quarto do que havia sido em sua melhor época.
O principal abastecedor da colônia foi Portugal, sendo que essa desvalorização significou uma importante transferência de renda real em beneficio do núcleo colonial. Mas já se sabia que o Brasil, nessa época, se abastecia de manufaturas que os portugueses recebiam de outros países europeus. E como os artigos que Portugal exportava para o Brasil eram os mesmo que exportavam para outras partes, seria mais provável que seus preços estivessem fixados em ouro. Sendo assim, as transferências de renda provocadas pela desvalorização revertiam em benefícios dos exportadores