Economia Brasileira Pós-Estabilização: FHC e Lula
GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; JÚNIOR,
Rudinei Toneto. Economia brasileira contemporânea. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
O Plano Real foi um dos planos mais engenhosos de combate à inflação do Brasil, conseguindo reduzir a inflação e mantê-la sob controle durante longo período de tempo, apesar das várias crises internacionais, da crise cambial de 1998/99 e da mudança de governo de
Fernando Henrique Cardosos (FHC) para Lula.
Quando Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda em maio de 1993, já começou a preparar o novo plano de estabilização. O Plano Real dividiu o ataque ao processo inflacionário em três fases: ajuste fiscal; indexação completa da economia; e reforma monetária.
O ajuste fiscal visava o corte de despesas, aumento dos impostos e diminuição nas transferências do governo federal. A segunda fase começou no final de maio de 1994. Essa correspondia a um novo sistema de indexação, a Unidade Real de Valor (URV), cujo valor em cruzeiro reais seria corrigido diariamente pela taxa de inflação medida pelos principais índices
(IGO-M, IPC-FIPE E IPCA- Especial), que passaria a funcionar como unidade de conta no sistema. Assim, a estratégia utilizada para estabilizar as economias foi, de uma forma geral, fazer uma reforma monetária em que a nova moeda tinha uma taxa de câmbio fixa com o dólar
(âncora cambial).
Mas, apesar do sucesso alcançado do plano, no que se refere à estabilização, outros problemas permaneceram e alguns até se agravaram. A crença de que com a estabilização o país iria retomar uma trajetória estável de crescimento econômico não se verificou, provocando um aumento significativo do desemprego no país. As contas externas deterioram-se, a situação fiscal sofre uma forte deterioração, as taxas de juros brasileiras permanecem extremame nte elevadas ao longo de todo este período, a carga tributária elevou-se de forma contínua, o