Economia Brasileira Contemporânea
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA – PROFESSORA INÊS PATRÍCIO
INEST – INSTITUTO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS
DEI – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Questão 1) Compare o Plano Trienal (1963) com o PAEG (1964) quanto aos objetivos, diagnóstico (para a inflação), grau de ortodoxia e principais medidas.
A história política brasileira nos primeiros anos da década de 1960 é marcada por uma grande turbulência, com a renúncia de um presidente e um golpe militar que instaurou uma ditadura de duas décadas. No âmbito econômico, o período foi marcado por uma forte elevação nas taxas de inflação, queda das taxas de crescimento e dificuldades no balanço de pagamentos. Nesse contexto de crise, duas importantes tentativas de solucionar as pressões inflacionárias e encaminhar o país para o crescimento econômico foram implantadas: o Plano Trienal, em 1962, e o Plano de Ação Econômica do Governo, em 1964. Apesar da proximidade das datas, os planos foram formulados em contextos políticos diferentes. O primeiro foi elaborado durante o governo democrático de João Goulart, enquanto que o PAEG se deu no contexto pós-golpe de 64, isto é, marcado pela ditadura de orientação conservadora. O Plano Trienal, tendo sido elaborado por Celso Furtado, sob a perspectiva de estabelecer um conjunto de metas para a economia brasileira para os anos 1963-65, procurou enfrentar os principais problemas que a afetavam nesse contexto. Seus objetivos consistiam na tentativa de estabelecer as taxas de crescimento da renda nacional na ordem de 7%, na estratégia gradual ao combate à inflação, e no refinanciamento da dívida externa. Em suma, o projeto tinha como ambição estabilizar a economia sem comprometer o crescimento econômico.
O diagnóstico de inflação do Plano Trienal é marcadamente ortodoxo, como destaca Marcelo Abreu, já que via o excesso de demanda, e a insuficiência de oferta, como as principais causas. Este