Economes
Deixe que o próprio Governo apresente a tal “nova matriz econômica”.
Em entrevista ao Valor em dezembro de 2012, Márcio Holland, secretário de Política Econômica, apresentou os pontos do novo tripé da seguinte forma: i) taxa de juro baixa; ii) taxa de câmbio competitiva; e iii) consolidação fiscal amigável ao investimento.
Sobre a taxa de juro, Holland destacou a queda de 5,25 pontos percentuais em 12 meses, num processo que permitiria aos agentes econômicos rever seus modelos de negócio e criar um ambiente favorável ao crescimento. Parecia fazer sentido.
O governo Dilma havia começado com taxa Selic de 10,75% ao ano, levara o juro básico num primeiro momento a 12% para combater a inflação e logo implementara afrouxamento monetário vigoroso, levando o juro ao piso histórico de 7,25% ao ano.
Não há mentiras nisso. Mas há uma nuance de interpretação.
Atingimos a mínima histórica para os juros simplesmente por uma janela de oportunidade criada pelo contexto internacional, com juros reais negativos em todo mundo, como resposta dos Bancos Centrais desenvolvidos à quebra da Lehman Brothers em setembro de 2008.
Não houve qualquer novo equilíbrio de taxa de juro.
A Selic já é superior àquela do início do Governo Dilma. E deve subir (muito) mais para combater a inflação em 2015.
Agora preciso falar em tom severo da tal taxa de câmbio competitiva.
A política cambial brasileira tem sido desastrosa. Simplesmente ignoramos o pressuposto do câmbio flutuante.
Primeiro, a tentativa do Governo era depreciar o real, para poder aumentar a competitividade das nossas exportações e estimular a indústria. Dá-lhe IOF e coisas parecidas.
Agora, o Banco Central usa o câmbio como instrumento de combate à inflação, deixando claro nas atas de suas reuniões que precisa do dólar a R$ 2,20 para manter a Selic no nível atual.
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