Ecologia contra o capitalismo
Publicado em
The Monthly Review, New York, Vol 53, Issue 5, October 2001.
Em uma palestra de 1963 sobre “A poluição do nosso meio ambiente”, Rachel Carson fez uma comparação entre a relutância da sociedade no final do século XX em aceitar todas as implicações da teoria ecológica e a resistência na era vitoriana à Teoria da Evolução de Darwin:
Ao olhar para trás na história, eu pude encontrar um paralelo. Peço-lhes para que relembrem o tumulto que aconteceu quando houve o anúncio de Charles Darwin e de suas teorias de evolução. O conceito da origem do homem a partir de formas pré-existentes foi calorosamente e emocionalmente negado. As negações não vieram somente do público leigo, mas também a partir de pares de Darwin na ciência. Só depois de muitos anos que os conceitos estabelecidos em A Origem das Espécies tornaram-se firmemente estabelecidos. Hoje, seria difícil encontrar uma pessoa com estudos, que negue os fatos da evolução. No entanto, muitos de nós negaríamos o corolário óbvio: aquele homem que é afetado pelas mesmas influências ambientais que controlam a vida de todos milhares de outras espéciescom as quais ele está relacionado por laços evolutivos (Woods Lost: A escrita descoberta de Rachel Carson, pp 244-45).
Há inúmeras razões para esta falha comum em reconhecer a base ecológica da condição humana. Muitos viram isso como uma falha cultural profunda da civilização ocidental, derivada do conceito de “domínio da natureza”, ou seja, a idéia de que a natureza existe para servir os seres humanos e para ser um serviçal para os humanos. Mas uma grande parte da resposta sobre por que a sociedade contemporânea se recusa a reconhecer a total dependêncial humana em relação à natureza, sem dúvida, tem a ver com a lógica expansionista de um sistema capitalista que faz com que a acumulação de riqueza na forma de capital seja o supremo fim da sociedade.
A economia ortodoxa, como é bem conhecido, define-se como uma ciência