Eco técnicas urbanas
SILVA, Ricardo Siloto ; MAGALHÃES, Horus
1. Considerações gerais
A cidade é o resultado de relações sociais, espacializadas. A produção da sua estrutura física cria o ambiente construído necessário ao desenvolvimento dessas relações. Assim, a cidade, além de ser um espaço físico determinado e, além de ser um local material privilegiado para as relações de produção por sua especificidade de aglomeração, é a materialidade das relações sociais e também o meio em que estas relações se realizam. Sejam através de relações primárias de solidariedade, de conflito e as familiares, ou relações secundárias por contrato
O urbanismo modernista representado pelos princípios expressos na Carta de Atenas previa a possibilidade de um controle total sobre a cidade. A utopia funcionalista da época desenvolveu a idéia de entender a cidade enquanto uma "máquina" passível de controle técnico que a levasse a um funcionamento perfeito. A cidade aparecia então como uma estrutura com crescimento linear, fixo. Daí a concepção de estrutura urbana, enquanto elemento básico do planejamento urbano e da qual decorriam os outros elementos, que predominou até nossos dias. Esse tipo de concepção entra em contradição com a cidade real. Esta é múltipla, é criadora, não segue a lógica das normas, desobedece as leis. A cidade é um espaço de relações sociais plenas de conflitos e contradições extremamente complexas, que ultrapassam as contradições de classe.
Isto traz à tona a questão do papel do Estado, enquanto regulador das intervenções na cidade e, ainda, os limites da intervenção individual em nome de um projeto de convivência coletiva.
É tendo em vista esta multifacetariedade do espaço que pretende-se trazer à discussão um dos
"layers" desta complexidade urbana. Trata-se de critérios orientadores para as tecnologias utilizadas na implantação de infraestrutura urbana visando um projeto de crescimento ecologicamente equilibrado.
Nesses próximos vinte