Ecletismo e Imaginação na pintura de Pedro Weingärtner

O ecletismo e a imaginação na arte acadêmica brasileira vistos através da obra A Fazedora de Anjos de Pedro Weingärtner

As décadas de 1880 e 1890 representaram um momento de crise para a Academia Imperial de Belas Artes, na época o centro do cenário artístico brasileiro. Criticava-se o modelo estanque que não dava condições para a liberdade artística dos alunos e exigia-se uma reforma da estrutura e dos métodos de ensino da instituição.
A pintura histórica, antes considerada superior aos outros gêneros pictóricos, passou a ceder mais espaço para os temas considerados menores. Para Malta (2006) é nesse momento que artistas como Almeida Júnior (1850-1899), Rodolfo Amoedo (1857-1941), Belmiro de Almeida (1858-1935) e Henrique Bernardelli (1858-1936), encontram o lugar ideal para experimentarem outros modos de pintar, menos preocupados em seguir a risca as regras institucionais. Esses pintores foram aos poucos se debruçando sobre os recursos da expressividade pictórica e se desprendendo da tradição, ainda que se mantivessem vinculados à precisão da linha e do desenho, características marcantes do ensino acadêmico.
Pedro Weingärtner (1853-1929), pintor gaúcho que obteve fama no final do século XIX e início do XX, apesar de não ter se formado na Academia Imperial no Rio de Janeiro, pode ser colocado ao lado dos artistas acima citados, uma vez que sua obra também apresenta pequenas liberdades e experimentações dentro de uma estética ainda tradicional.
Essas inovações no tratamento pictórico e na escolha temática levariam mais tarde à exaltação de alguns desses artistas como, por exemplo, Almeida Júnior e suas obras retratando o caipira paulista. Weingärtner, por outro lado, embora tenha angariado prestígio e elogios durante sua carreira, parece ter sido sumariamente ignorado por artistas e estudiosos após o advento modernista.
É verdade que o pintor gaúcho teve contato com as novas tendências formais que surgiam em seu tempo e que, mesmo assim, optou por