EC Operacoes A Reestruturacao Operacional Da Embraer
A crise e o processo de privatização.
A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.) foi fundada em 1969 como uma empresa de capital misto controlada pela União, com o objetivo de fabricar aeronaves e peças, além de prestar serviços para a aviação civil e militar. À época de sua criação, o Estado brasileiro desejava desenvolver a indústria aeronáutica nacional e estimular a criação de novas empresas ligadas a esse ramo empresarial. No entanto, na década de 80, a empresa enfrentou grandes problemas. Em virtude da crise fiscal brasileira, alguns projetos da Embraer acabaram perdendo suas fontes de financiamento, resultando em prejuízos para a organização. Além disso, com o fim da ditadura militar, em 1985, reduziram-se os investimentos no setor de defesa brasileiro, o que implicou forte redução das vendas da companhia. A empresa era caracterizada pela ênfase no processo de produção industrial e na engenharia das aeronaves em detrimento das demandas dos consumidores. A Embraer perdia muitas oportunidades de negócios, já que não tinha o costume de analisar o mercado, por meio de pesquisas e estudos de marketing, antes de desenvolver novos modelos de aeronaves. A mentalidade que dirigia a empresa era a dos técnicos e dos engenheiros da organização. Para esses competentes profissionais, a eficiência operacional e a produtividade eram sinônimos de sucesso empresarial.
No início dos anos 90, a empresa continuou enfrentando grandes dificuldades financeiras, traduzidas em seguidos prejuízos para a organização e na redução de sua receita bruta, que caiu de 552 milhões de dólares em 1990, para 177 milhões de dólares, em 1994, como consequência da queda das vendas de aeronaves. Diante desse cenário, foi realizado em 1994, o conturbado leilão de privatização da empresa. O Grupo Bozano Simonsen, associado aos fundos de pensão Previ e Sistel, adquiriu 40% das ações com direito a voto da Embraer e, com eles, formou o consórcio