EBV-Epstein-Bar Virus
ASPECTOS ETIOLÓGICOS E EPIDEMIOLOGICOS
O vírus Epstein-Bar (EBV) designado, formalmente, como herpes vírus 4 (HHV-4) é membro da família Herpesviridae.
Tal como ocorre com os demais herpes vírus, o EBV não é eliminado do organismo, mantendo-se latente, apesar da resolução clínica da doença. Existem dois sorotipos de vírus, o EBV-1 e o EBV-26, os quais se diferenciam apenas em alguns alelos (< 1%); sem embargo, tais distinções causam expressivas diferenças no crescimento do linfócito. O EBV-1 é o mais comum e de distribuição mundial; o EBV-2 é mais encontrado na África equatorial, principalmente nas áreas endêmicas para malária e para o linfoma de Burkitt na Nova Guiné, e em indivíduos infectados pelo HIV.
A partícula viral infecciosa do EBV tem três componentes: nucleoide, capsídeo e envelope. O EBV foi descrito como agente etiológico da MI, a partir do isolamento de células oriundas de um linfoma de comportamento clínico e epidemiológico não usual, descrito por Denis Burkitem crianças da África Central, no ano de 1964. O novo vírus foi detectado à microscopia eletrônica, verificando-se grande diferença em relação aos herpes vírus humanos conhecidos, na medida em que era capaz de se replicar em células convencionais de cultura. Todavia, somente em 1968 a associação entre infecção por EBV e a MI foi claramente estabelecida.
A MI apresenta distribuição universal, podendo ocorrer em qualquer faixa de idade, destacando-se que a maioria das infecções sobrevém nos primeiros três anos de vida, ainda que usualmente acometa indivíduos entre 10 e 35 anos de idade.
O processo infeccioso ocorre em ambos os sexos, sendo o pico de incidência para as mulheres, dois anos mais cedo do que para homens. Não há preferência por etnia e também não há predomínio sazonal. A idade influi diretamente nas manifestações clínicas da doença. De fato, até 75% dos adolescentes infectados apresentam MI típica.
TRANSMISSÃO