déspotas esclarecidos
Na Prússia, Frederico II (1740-1786), rei filósofo e amigo de Voltaire, instituiu o ensino primário obrigatório; e, apesar de luterano, convidou os jesuítas, expulsos de quase todos os reinos europeus, para lecionar na Prússia. Aboliu a tortura e reorganizou a justiça, dando aos juízes maior autonomia em suas decisões. Estimulou a economia por meio de medidas protecionistas - contrárias, aliás, às idéias iluministas. Por outro lado, preservou a ordem social existente, mantendo os camponeses sujeitos ao estamento aristocrático dos proprietários rurais (junkers).
Catarina II, imperatriz (czarina) da Rússia (1762-1796), nasceu e foi educada na Alemanha. Correspondeu-se regularmente com Voltaire e outros filósofos, o que contribuiu para projetar uma imagem positiva de seu governo junto às demais potências européias. Procurando justificar o autoritarismo da czarina, Voltaire cunhou a expressão "déspota esclarecida", que se estenderia a outros governantes da época. No entanto, pode-se dizer que as reformas de Catarina foram superficiais. Ela estabeleceu a tolerância religiosa e incentivou a educação das camadas dominantes, o que levou ao afrancesamento da alta sociedade russa. Também estimulou o povoamento da Rússia Meridional, fixando colonos alemães a região do Volga. Mas em seu reinado a situação dos servos piorou, pois Catarina Suprimiu um direito costumeiro que permitia aos camponeses, em certas circunstâncias, transferir-se para as terras de outro senhor. Essa proibição aumentou o poder dos proprietários sobre seus servos.
O exemplo do despotismo esclarecido em Portugal foi de marquês de Pombal, ministro de D. José I (1750-1777), tentou tirar o país de seu atraso secular. Para tanto, procurou aperfeiçoar a administração, estimulou a economia e modernizou o sistema de ensino.