Débito ou crédito conjugal?

Débito ou Crédito Conjugal?
Ainda que persista a crença que o débito conjugal existe, ninguém consegue definir do que se trata. Será a obrigação do exercício da sexualidade?

A Sociedade acredita na existência de um “débito conjugal”, a qual o homem detém o poder sobre o corpo da mulher, atendo é claro a visão do Direito Canônico, o dever de “crescer e multiplicar”. Tem-se o casamento como um tratamento contra as tentações da carne, ou seja, tem-se a serventia de regularizar as relações sexuais.
Porém, tornou-se questionável, a existência de um débito conjugal e do que ele se trata. Antigamente dizia-se que o casamento era consumado na noite de núpcias, ou até mesmo pelo ato de desvirginamento da mulher, onde o esposo apresentava o sangue no lençol a sociedade, porém hoje esse pensamento foi totalmente retirado da sociedade, porém o mito inicial permanece.
A mais moderna sociedade, embora avançada ainda mantêm uma postura conservadora do casamento, o que leva a questionar se o débito conjugal seria a pratica sexual? Então a ejaculação precose, a impotência, a dor de cabeça feminina, a falta de prazer seria obviamente o descumprimento dessa obrigação.
Diante de todo o exposto, elucida-se que a lei não nos apresenta debito conjugal. Estabelece comunhão plena de vida, fidelidade, mútua assistência, respeito e consideração, porém, nada relacionado à prática sexual.
Nem mesmo nos mais antigos institutos de separação, se encontra prevista que a ausência de ato sexual autorizava a separação do casal. Abria-se um leque, com a impossibilidade de vida em comum, em caso de adultério, injúria grave, conduta desonrosa, mas não ausência de vida sexual.
Torna claro também, que a coabitação já valida o casamento, não dizendo respeito à prática sexual, mas sim com a vida em comum sob o mesmo teto. Por mais que o casamento traga a mente, a expectativa de práticas sexuais, diante da conduta social e cultural, o resguardo sexual de um dos cônjuges não dá direito à anulação do