Dversos

1 - O AMBIENTE POLICIAL NO SÉCULO XIX
Para situar-se uma análise evolutiva dos organismos policiais e a nova configuração que vêm assumindo, cada vez mais perto das comunidades, há necessidade de que se estabeleçam marcos referenciais: no Brasil, após 1822, a principal mudança na polícia, foi a sua transformação em corpo remunerado, permanente e profissional.
Esta nova organização diferia bastante do período colonial, onde as forças policiais eram constituídas de todos os homens livres e válidos (excetuados raros funcionários públicos e o clero), sem remuneração. Ainda, durante boa parte do Império, coexistiu através da Guarda Nacional, o tipo anterior de polícia, mas, na medida em que o século passava, os guardas nacionais iam desaparecendo e os corpos permanentes de polícia se consolidando.
Os guardas permanentes ou municipais, ou com outros nomes, eram funcionários públicos, a quem as elites econômicas e sociais do Império repassavam a tarefa policial. As principais atividades destes novos policiais também eram diversas dos anteriores: eles deixavam de ser capitães do mato ou feitores, pois o alvo era os novos trabalhadores imigrantes, que começavam a ameaçar a segurança das comunidades.
As tarefas de repressão política foram pouco marcantes nesta nova polícia em face da consolidação do Império. Ela acentuou, no dia a dia, a tarefa de combater os crimes contra o patrimônio, crescentes em conseqüência do desenvolvimento das cidades. Esta nova polícia nasceu numa fase em que as idéias humanistas conseguiram banir das leis o suplício e a pena de morte.
A nova polícia herdou das instituições anteriores o caráter militar. O exemplo em que se mirou foi o Exército, permanente e profissional. Dele imitou o quartel, a farda, a divisão em infantaria e cavalaria, os postos e as graduações hierárquicas e a disciplina. Imitou também as duas categorias estanques: a oficialidade, proveniente das classes economicamente mais estabilizadas; as praças recrutadas na