Durkheim e os fatos sociais

Diante o contexto histórico de incertezas políticas devida às diversas mudanças sociais e as questões que daí emergia como a questão da unidade nacional, e também a busca por transformações estruturais da sociedade, capitaneadas por um movimento operário forte, a problemática central que se apresentou para Durkheim foi a da integração do indivíduo à sociedade.
Esta pode ser considerada o cerne dos estudos de Durkheim que, devido à sua formação moral, cívica e intelectual, buscou dar uma perspectiva de resolver essa problemática pela via pacífica e do direito, já que acreditava na igualdade de todos perante a lei bem como no respeito dos civis e liberdade política, pois sua grande preocupação era com o despedaçamento da sociedade e a busca pela coesão social.
Para Durkheim então, a moral vai aparecer como um elemento central de sua problemática. Coloca então que a ciência deveria dar um grande contributo para sanar os problemas sociais através do desenvolvimento de uma nova moral científica, uma autêntica moral republicana. Apoiou-se então no desenvolvimento dos “meios científicos mais apropriados” para compreender a questão da moral e assim “pensar e solucionar a crise social.”
A moralidade, segundo Durkheim, está apoiada sob o que ele chama de solidariedade social, que por sua vez, se refere aos costumes e normatividades de determinado grupo social, bem como a questão do direito – direito à vida e direito à propriedade. Dessa forma, o principal interesse está em compreender a lógica de funcionamento destas formas de solidariedade social, que são regidos por normas e regras sociais, a fim de se constituir uma nova moral científica.
Assim, para Durkheim, os fatos sociais se constituem como o objeto especial da sociologia, que são a base das formas de solidariedade social, sendo portanto: “maneiras de agir, de pensar e sentir, fixas ou não, que exercem sobre o indivíduo uma coercitividade exterior”. Ou seja, se trata de um fenômeno social que está fora do