Dupla ruptura
A fim de estabelecer uma relação entre a avaliação e a dupla ruptura é necessário entendermos como o conceito de avaliação foi se formando ao longo da história chegando até mesmo a ser sinônimo de exame.
A prática do exame é uma herança da burocracia chinesa, nos séculos XI e XII, que utilizou esse recurso para selecionar os novos integrantes da administração imperial. Antes disso, no mundo ocidental, as universidades que surgiam na Europa não tinham ainda a prática de examinar seus alunos, pelo menos não na acepção geral que se tem de exame: instrumento de classificação dos sujeitos que a ele se submetem a partir de critérios estabelecidos por aqueles que aplicam-no.
Os estudantes universitários medievais candidatavam-se ao exame sobre um determinado tema quando sentiam-se aptos a serem examinados. O resultado desse processo não tinha como objetivo definir a vida futura do aluno (a passagem de um nível a outro de ensino, por exemplo, era definida pelo professor que acompanhava o estudante em todo o seu percurso de formação e não dependia de resultados obtidos em testes ou procedimentos equivalentes). O objetivo do exame era orientar o professor quanto aos passos futuros a serem propostos ao aluno.
Hoje na maioria das escolas a avaliação se resume à mecânica do conceito formal e estatístico de simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas. A tira de Calvin e Haroldo, personagens criados por Bill Watterson1, é um exemplo de como, com humor, essa questão pode e precisa ser revista:
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Observamos que quando a avaliação é feita por esse ângulo basta para o aluno conseguir apenas avançar e não entender e formar seus próprios conceitos. É formado assim um modelo puro simplesmente classificatório de avaliação, onde os alunos são considerados aprovados ou não aprovados, a aprendizagem é desprezada e inibida a possibilidade de criação e