Duncan, Fuller e St. Denis
Isadora Duncan (1877-1927)
Ruth St. Denis (1879-1968) / Ted Shawn (1891-1972) / Denishawn School (1915-1930)
Estas três artistas reforçaram, expandiram e questionaram a imagem da figura feminina no placo. A partir delas, esta foi não só executada por mulheres, mas também concebida por elas.
Poucas alternativas estavam disponíveis às aspirantes a bailarinas na época. Os espetáculos de voudeville ofereciam oportunidades para homens que faziam clog dancing e outros tipos de performances. As mulheres faziam acrobacias ou skirt dancing, modalidade que entrou em moda por conta da dançarina inglesa Kate Vaugham, na década de 1870. Nome que se originou da longa saia que a dançarina manipulava enquanto executava passos de balé, clog dancing, dança espanhola e can-can. Essa limitação que levou essas três artistas norte-americanas a buscar novas formas de expressão. Cada uma teve experiências anteriores com as danças então disponíveis, mas não as acharam artisticamente satisfatórias.
É importante apontar que essa dança moderna contribuiu diretamente para a construção de novas relações sociais, em especial no que se refere ao casamento e à sexualidade feminina, em parte por que possibilitou o aparecimento de uma nova platéia predominantemente feminina.
Assim, a dança moderna das primeiras décadas do século XX foi tanto uma resposta quanto um agente transformador dos papéis e identidades da mulher no Ocidente.
Esta primeira geração de dançarinas modernas norte-americanas referia-se à dança que faziam não como moderna, mas sim como “estética” ou “interpretativa” a fim de diferencia-la do balé. Embora as três rejeitassem o tema do casamento para suas coreografias, tão comum no balé do século XIX, o fizeram de diferentes formas. Loie Fuller construiu uma ligação entre a visão moderna e protofeminista da mulher como cientista e a antiga percepção da mulher no
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romantismo. No entanto, inevitavelmente um produto de seu tempo,