Duerksen F. A hanseníase e a neuropatia através da perspectiva de um cirurgião
Duerksen F. A hanseníase e a neuropatia através da perspectiva de um cirurgião
A hanseníase e a neuropatia através da perspectiva de um cirurgião
Frank Duerksen1
A
rmauer Hansen1 já descreveu com detalhe a patologia do nervo na hanseníase. As alterações histológicas básicas nos diferentes tipos de neuropatia estão bem documentadas. Nós ainda não sabemos o que aqueles quadros histopatológicos significam com relação a função dos nervos. Nós não sabemos com certeza como o Mycobacterium leprae entra no nervo e porque ele gosta tanto das células de Schwann.
Os cirurgiões vêm tentando, desde os anos 30, minimizar os danos das neuropatias hansênicas2.
Por definição a hanseníase é uma doença neurológica. A maior parte dos impedimentos, deformidades e incapacidades que pacientes com hanseníase tem de enfrentar estão relacionados com a neuropatia. A prevenção padrão do dano neural é o diagnóstico precoce e o tratamento agressivo da neuropatia com corticoesteróides e tratamento multidroga (PQT).
Apesar de todas as condições serem ideais milhares de pacientes são deixados com danos nervosos permanentes após a cura. Sabe se bem que o dano nervoso ocorre antes, durante e mesmo após a cura.
Nós ainda não sabemos o suficiente acerca dos fatores intrínsecos atuando na neuropatia hansênica mas há vários fatos que são evidentes. O processo da lesão nervosa é muito diferente na hanseníase virchoviana quando comparada com os tuberculóides e os casos dimorfos. Os estados reacionais como o
Eritema Nodoso Hansênico (ENH) e as reações reversas (RR) lesam os nervos agudamente de várias maneiras. A maioria dos casos de neuropatia responderá positivamente ao tratamento com corticoesteróides mas alguns progredirão e causarão dano permanente apesar do tratamento médico correto.
Na hanseníase virchoviana não complicada, a fina rede de nervos subdérmicos é destruída pelo granuloma virchoviano. O resultado é o tipo de