Duas visões da Gerra das Malvinas
Adaptado de Dr. James S. Corum.
Professor de Estudos Comparativos Militares na Escola de Altos Estudos do Poder Aéreo - Alabama - EUA
A Guerra das Malvinas é, ainda hoje, especialmente notável para os homens de Força Aérea. A batalha decisiva que, na ocasião, selou o destino daquelas ilhas foi travada em pleno espaço aéreo. De fato, a guerra em solo foi tão somente um ato complementar. O desembarque de tropas inglesas nas Malvinas teria sido impossível caso a Marinha Inglesa não tivesse sido capaz de neutralizar os ataques aéreos argentinos e proteger sua própria Esquadra. Sem o controle do espaço aéreo, os argentinos, inevitavelmente, teriam suas tropas isoladas e obrigadas a se render (já que dependiam do transporte aéreo entre o continente e as ilhas).
Essa guerra colocou frente a frente não só duas forças aéreas, modernas e competentes, mas também, duas forças aeronavais em confronto. Realmente, na ocasião, a Força Aérea Argentina era considerada a melhor da América do Sul. Era a primeira guerra da Argentina após mais de um século de paz e seria a sua grande oportunidade para que viesse a ser considerada, internacionalmente, uma importante potência militar. É notável que o maior peso dos combates, durante as seis semanas da guerra, tenha recaído sobre suas unidades aéreas, que, infligiram sérios danos e perdas às forças britânicas, muito embora, em terra, as baixas inglesas tivessem sido bem inferiores ao enfrentar as muito mais numerosas tropas argentinas.
Este artigo tecerá considerações sobre o desempenho e a eficiência tática e operacional das unidades aéreas argentinas durante o conflito em questão. Diversos aspectos serão abordados, incluindo os efeitos que as decisões estratégicas da Junta Argentina causaram nas operações aéreas, os problemas de comando no nível operacional e, ainda, a maneira como o treinamento, os equipamentos empregados e a forma de organização adotada