Duas faces do fogo
O fogo queimou um dos maiores monumentos de Porto Alegre. O prédio de dois andares, formato quadrangular e comércio variado foi tomado por uma fumaça tóxica na noite de sábado, 6 de julho de 2013. Um curto-circuito, como se descobriria depois, foi a causa do incêndio no Mercado Público, símbolo da Capital e Estado.
Os dois assuntos estão um pouco esquecidos. Lembro quando atravessava uma passarela em junho e só ouvia as palavras manifestações e protestos. Assim como o movimento defendia a democracia e inclusão, os conceitos também se encontravam nessas breves conversas. Não havia idade ou classe social para demonstrar opiniões. Lembro que vi senhoras de idade discutindo o tema quase aos tapas. Em outro momento, vi um menino se empolgar com um novo anúncio de protesto, ainda que eu duvide que tenha presenciado algum.
Como grande parte das pessoas que desciam na estação Mercado do Trensurb, observei por instantes a fachada destruída do Mercado Público na segunda-feira seguinte ao incêndio, 8 de julho. A fuligem negra cobria as bordas das janelas afetadas pelas chamas. Uma contenção laranja, de plástico, cercava todo o prédio construído em 1869. Outra barreira – de policiais, cujo dever era manter a ordem nos arredores do local –, prevenia qualquer tentativa de invasão. Em uma única volta, acompanhado por cerca de outros 15 curiosos, prestei minha homenagem silenciosa ao monumento gaúcho.
Hoje, não encontro mais