Dualismo Cartesiano
O Filósofo francês René Descartes (1596-1650), considerado “Pai do Racionalismo”, empreendeu significativa revolução na epistemologia que, nada mais é que o conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos, sistematizar suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. A Filosofia busca o “discurso universal”, abandona o reino da doxa (opinião) para chegar ao lógos (razão), pois o discurso racional é próprio da Filosofia.
Alguns conceitos são relevantes nesta nossa empreitada: o processo dedutivo, estudado por Aristóteles na Antigüidade, foi retomado por Descartes e pelo racionalistas do século XVII como a única fonte de conhecimento segura. O processo cognitivo dedutivo consiste em, partindo de premissas ou postulados iniciais, chegar a conclusões lógicas verdadeiras. Obviamente, para que a conclusão seja verdadeira, é obrigatório que as premissas sejam válidas.
Nos primórdios da revolução científica, a necessidade de formular um método geral de pensamento científico foi arduamente perseguida, pois era necessário explicar a natureza da inteligência e da criatividade. Estamos nos referindo a ambiciosa empreitada de especificar com exatidão as etapas necessárias para se chegar a um método cognitivo correto.
Descartes debruçou-se sobre a questão de elaborar um “método científico” de pesquisa que garantisse a legitimidade dos resultados, pois Método refere-se a um conjunto de regras capazes de evitar erros e garantir a validade dos resultados. Erigir as bases da epistemé: eis a hercúlea tarefa de Descartes!
Dentre as principais obras de Descartes destacamos: “Meditações Metafísicas” e o “Discurso sobre o Método”, que visa a bem conduzir a própria razão e buscar a verdade das ciências. Os quatro preceitos do Método empreendido por Descartes são: 1º) Clareza e distinção (“nunca aceitar algo como verdadeiro que