Druidismo
César, que não pode ser suspeito, porque acreditava no nada depois da morte, diz:
"Uma crença que eles procuravam, principalmente, firmar era a das almas não perecerem com o corpo, passando a novos corpos depois da morte,"
Pompônio Mela sustenta o mesmo, assegurado que eles consideram a alma eterna e que há outra vida entre os manes.
Amieno Marcelino corrobora aqueles dizeres e Diodoro de Sicília fala nestes termos:
"Eles fazem prevalecer à opinião de 20 Pitágoras, que sustenta a imortalidade das almas e que elas vão animar outros corpos, pelo que, quando queimam seus mortos, lançam à fogueira cartas para seus parentes."
A cosmologia druídica, V. a deve conhecer bem. É esta: O Universo divide-se em três círculos: o da imensidade, que é a morada de Deus; o da felicidade, ou paraíso, para onde vão as almas que, da provas em provas, chegam à sociedade dos eleitos e o das viagens, que compreende as que não têm ainda títulos para alcançar o paraíso. Todo o fim do homem é vencer o círculo das viagens e chegar ao da felicidade, do qual não pode decair; enquanto que, no das viagens, pode, por suas faltas, decair de um mundo superior em um inferior. Por essa razão, sendo a Terra um mundo de viagens, recebe contingentes de Espíritos que lhe chegam de mundos inferiores para seu aperfeiçoamento, e de mundos superiores, por seu decaimento.
A teologia druídica, considerava a vida da Terra como uma passagem para mais altos destinos, sendo cada um de seus habitantes, sujeito às provas que tivesse merecido para avançar, por elas, em harmonia com o plano geral da criação.
O mal tem um caráter negativo e provisório, dominando somente nos mundos de viagem. Nesses, ele é, até certo ponto, necessário, como meio para o exercício da liberdade humana e de expiação. E, pois, aquela teologia não atribuía o mal a