Drogas nas organizações
Dorit Verea - Infelizmente, sim. Existem em torno de 10 a 15% de funcionários com problemas de dependência química como, por exemplo, álcool e outras drogas, sem contabilizar outras como compulsões como jogo patológico, comprador compulsivo, dependência de sexo, Internet, academia e outros. Para se ter uma idéia, cerca de 71% dos usuários de drogas estão empregados. Recentes estudos concluíram que 80% dos usuários de cocaína e 70% dos americanos viciados em algum tipo de droga possuem empregos fixos. No Brasil, tais índices não se diferenciam muito dos americanos.
RH - Qual o tipo de dependência é mais comum entre os profissionais brasileiros?
Dorit Verea - O álcool é apontado como o vício mais comum entre os trabalhadores. É bom lembrar que a dependência é democrática e não seleciona sexo, raça, idade ou perfil predeterminado. Ela pode atingir qualquer pessoa.
RH - Como a empresa pode identificar, no dia-a-dia, que um colaborador tem algum tipo de dependência?
Dorit Verea - A dificuldade em manter um desempenho satisfatório no trabalho tem aspectos comuns a qualquer outro transtorno mental, por isto é importante, além de identificar indícios, manter sempre o diálogo aberto com o colaborador. Em geral, surgem alguns comportamentos entre os dependentes como, por exemplo, faltas recorrentes principalmente nas segundas-feiras, diminuição de dedicação ao trabalho e dificuldade de concentração durante o desempenho das funções. A pessoa dependente começa a contrair dívidas, apresentar sintomas de doenças e até mesmo, em alguns casos, chega a internações. É bom ressaltar que as funções que exigem atenção e concentração também são gravemente afetadas e, em muitos casos, o risco de acidentes graves pode surgir. É o caso de operadores de máquinas perigosas, de trabalhadores da construção civil, motoristas de ônibus, operadores de trens e metrôs, entre outros.
RH - De que forma a