drogas do sertão
Durante o primeiro século da Colonização, a região amazônica permaneceu praticamente inexplorada. Isso se explica em função dos interesses dos colonizadores portugueses, fixados principalmente no litoral açucareiro. Além disso, segundo os limites estabelecidos no Tratado de Tordesilhas, a maior parte do vale amazônico não pertencia a Portugal e sim à Espanha.
Na prática, porém, os portugueses e os bandeirantes, através das expedições de caça ao índio e busca de metais preciosos, foram penetrando no interior do Brasil e assim "vergaram a vertical de Tordesilhas", como escreveu um poeta. [...]
É assim que vamos encontrar, já em 1616, na foz do rio Amazonas, um estabelecimento português, o Forte do Presépio, origem da cidade de Nossa Senhora do Belém do Grão-Pará (atual Belém). A presença dessa fortificação portuguesa na foz do Amazonas explica-se sobretudo pelo objetivo de expulsar os franceses e outros estrangeiros que exploravam ilegalmente as riquezas da região - o que somente foi conseguido com a viagem de Pedro Teixeira, que, em 1637, subiu o Amazonas, alcançando Quito, no Equador. [...] por ocasião dessa expedição, Portugal e Espanha encontravam-se governados por um mesmo Rei, espanhol, devido à União Ibérica (1580-1640). Essa condição facilitou a expansão da Colonização portuguesa por terras que, de direito, pertenceriam à Espanha.
A conquista do Amazonas, de Antonio Parreiras
Somente na segunda metade do século XVII se iniciou, de fato, a exploração das riquezas do vale amazônico. E como isso ocorreu? Ocorreu devido à ação das Ordens religiosas. Sim, devido à ação dos sacerdotes, sobretudo jesuítas e carmelitas, embora houvesse também franciscanos, mercedários e outros. E qual foi a base econômica da ocupação da região? As riquezas naturais da floresta: o cravo, a canela, a castanha, a salsaparrilha e outras plantas medicinais, o tabaco, o algodão e, principalmente o cacau. São as chamadas Drogas do