droga
Sandra Regina Barbosa da Silva Souza
Um aspecto pouco conhecido na Bahia, entre os anos de 1969 e 1971, foi a existência de uma oposição empreendida pelas organizações de esquerda armada urbana contra o regime político instalado no país, na seqüência do golpe militar de 1964.
Nas entrevistas com alguns ex-militantes das organizações armadas pesquisadas, constatamos uma tendência a destacar, explicitamente, a Bahia como área de recuo, uma idéia para nós não resolvida, e que nos conduziu à presente pesquisa sobre a forma como ocorreu a resistência da esquerda armada.
Ridenti (1993) define a luta armada como um movimento de resistência democrática, esta é também a categoria analítica utilizada nesta pesquisa para interpretar as movimentações da esquerda armada na Bahia. Percebemos, através das entrevistas, que a tônica da luta em
Salvador teria sido de reação, de uma defesa dos direitos democráticos cerceados pelo poder ditatorial implantado, sobretudo após o Ato Institucional n. 51
Fez-se a oposição ao autoritarismo de múltiplas formas, com intensidade e grau de envolvimentos políticos variáveis. O nosso objetivo, portanto, neste artigo foi apresentar alguns aspectos relacionados ao funcionamento das organizações políticas armadas urbanas, que atuaram em Salvador, notadamente a Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares
(VAR-Palmares), o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e o Movimento
Revolucionário Oito de Outubro (MR-8).
A reflexão acerca da resistência de esquerda armada urbana ao regime militar em
Salvador, restrito aos limites temporais de 1969 a 1971, carrega consigo algumas questões:
Como atuou cada uma das organizações? Se foi construída uma relação com a sociedade baiana, que tipo de relação foi construída e quais os recursos utilizados?
Procurando investigar a memória de alguns participantes baianos na resistência á ditadura militar,