Drenagem Urbana
No estado de São Paulo, mais de 95% dos habitantes vivem nas cidades, configurando um retrato demográfico que sofreu uma alteração drástica nos anos 1960 e atualmente mostra certa estabilidade, com taxas de crescimento moderadas e baixas (Figura 2). A tendência, entretanto, é de que as cidades se consolidem como ‘a parada definitiva’ da população do futuro, tornando-se também o grande vilão ambiental, por concentrarem grandes demandas sobre o solo, o ar e os recursos hídricos.
Nas cidades as cargas de poluição pontuais podem ser razoavelmente controladas, entretanto as fontes difusas, que são aquelas geradoras de constituintes poluentes transportados para os corpos hídricos por ocasião das precipitações, são ainda um grande desafio para os gestores e deverão merecer atenção imediata da mesma forma que a questão da inundação de bens e vias de tráfego. Desta forma, a gestão dos resíduos sólidos é também um problema de drenagem e precisa ser considerado em sua gestão.
As várzeas são áreas com terrenos economicamente desvalorizados tanto pelo risco naturalmente maior de inundações como pela pior qualidade dos solos em termos de fundações para edificações. A ocupação destas por edificações e sistema viário reduz a capacidade de armazenamento, da mesma forma que a ocupação das encostas aumenta a produção de sedimentos em função da alta declividade dos terrenos, levando ao assoreamento dos cursos d´agua e consequente diminuição de sua capacidade natural.
Em sentido contrário, as intervenções para aumento da condutividade hidráulica alteram o equilíbrio geomorfológico natural uma vez que o aumento das velocidades de escoamento acarreta erosão e desbarrancamento das margens, aumento das irregularidades do leito e novamente a perda da capacidade de condução.
Ocupação das várzeas, ocupação das encostas, mau controle dos resíduos sólidos, intervenções desvinculadas do equilíbrio dinâmico dos corpos hídricos são práticas de